José Aloyseo Bzuneck possui trabalhos interessantes sobre a prática docente. Uma primeira contribuição muito significativa se refere ao ponto central de um de seus trabalhos, que pode ser classificado como feedback. O feedback pode ser resumido em um compromisso do professor em elucidar o aluno, sempre depois de uma avaliação, sobre o que errou, porque errou e como superar esse erro.
Além do feedback o autor traz outros pontos muito importantes para a prática docente, que são: como elaborar tarefas interessantes, como motivar os alunos, como utilizar embelezamentos e como elogiar.
Referência:
BZUNECK, J. A.”Capítulo 1, como motivar os alunos: sugestões práticas”. In: BORUCHOVITCH, E.; BZUNECK, J. A.; GUIMARÃES, S. E. R. (orgs.). Motivação para Aprender: aplicações no contexto educativo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. pp. 13-42.
Sueli Edi Rufini Guimarães aprofunda um dos assuntos tratados por Bzuneck, que é a elaboração de atividades intra sala de aula. Em sua análise ela se refere não só a atividade em si, mas também o que deve ser feito antes e depois da atividade. Alguns conceitos são trabalhados por Guimarães, tais como a autodeterminação do aluno.
Referência:
GUIMARÃES, S. E. R. “Capítulo 4, A organização da escola e da sala de aula como determinante da motivação intrínseca e da meta de aprender”. In: BORUCHOVITCH, E.; BZUNECK, J. A. (orgs.). A Motivação do Aluno: contribuições da psicologia contemporânea. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. pp. 78-95.
Um material complementar para quem desejar entender, a partir da psicologia freudiana, o que é educação e aprendizado, encontra-se no livro Freud e a Educação: o mestre do impossível de Maria Kristina Machado Kupfer.
Kupfer apresenta de maneira clara, didática e objetiva as principais contribuições dos estudos de Freud sobre a psique humana articulados ao tema educação. É interessante a conclusão de Freud sobre a profissão do educador, que, segundo ele, é uma profissão impossível, uma vez que o educador não controla os efeitos que suas palavras causarão nos alunos, pois é o inconsciente do aluno que as absorve e as transforma de acordo com toda a biografia pessoal de cada aluno.
Muitos conceitos importantíssimos que inspiraram boa parte dos estudos sobre a educação e psicologia do aluno são explicados. Alguns deles como o conceito de sublimação, transferência, desejo, pulsões sexuais, complexo de édipo ( passagem essa que, segundo Freud, continua na relação entre o aluno e o professor, uma vez que o inconsciente do aluno percebe uma continuação das suas relações com seus pais em seus professores), entre outros conceitos. Vale a pena ler esse material.
Referência:
KUPFER, M. C. Freud e a Educação: o mestre do impossível. São Paulo: Scipicione, 2000.
Ainda tratando-se de material complementar, mas dessa vez destinado a docentes que se depararão com alunos mais desmotivados e “carentes”, segue a referência ao livro Os Contos e os Mitos no Ensino de Pavoni Amarilis. É um livro extremamente agradável e didático. Amarilis conta suas experiências como docente no ensino básico e como conseguiu melhorar tanto a motivação dos alunos quanto a sua relação com eles e entre eles mesmos, a partir do uso de mitos e contos.
Na ânsia de entender o porque os mitos e contos são uma ferramenta tão eficaz no trato com seus alunos, que melhora, além de tudo, o rendimento desses alunos em outras disciplinas não ministradas por ela. Amarilis encontra as respostas nas teorias de Jüng, e apresenta os principais pressupostos junguianos em seu livro. Esse é outro material que vale muito a pena ser lido.
Referência:
AMARILIS, P. Os Contos e os Mitos no Ensino: uma abordagem junguiana. São Paulo: EPU, 1989.
Embora todo esse material não trate explicitamente do ensino de história, ele nos esclarece que o conteúdo a ser ensinado na sala de aula é material de segundo plano, sendo mais importante a forma como esse conteúdo é apresentado e trabalhado.
— Publicado originalmente em 26 de Junho de 2013.